Faz apenas um mês hoje. O trabalho, a correria dos preparativos para
as festas... tudo isso nos distrai. Mas à noite, quando todos já foram dormir,
é a hora de (emprestando as palavras de Camila Prietos) beber saudade. A hora
em que a sala se enche de vazios. A hora em que a tua imagem invade o quarto escuro.
E eu reconto as tuas histórias, todas elas sempre cheirando a café. A mesa da
tarde posta só até a metade dizendo que era para poucos, somente para os
privilegiados que tinham o deleite da sua presença todos os dias. Eu quero re-escrever
aquele poema "Pó de saudade"(Preciso encontrá-lo!). Preciso dele agora! E quando
eu der de beber saudade não terei medo da embriaguez. (Ou devo ter?) Vou pensar
que estarei de novo acariciando teus cabelinhos grisalhos. Vou pensar que
estarei de novo a esperar a novela das seis contigo. Vou pensar que estarei de
novo esperando teus chás e compressas quentes na hora da dor... Quando se bebe
saudade não há limites. Eu revivo o que eu precisar reviver. Será que eu posso,
vó?
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