Eles se conheceram há mais de
trinta anosatrásquandoela
disse oi e eletambém disse. Pensou queeraapenasconfusãocomoutrapessoa, mas
o caso é queeleera
do tipoqueconversacomtodomundo,
fila de banco,
de ponto de ônibus
e de pão eram as preferidas paracomeçarumpapo, inventar umas mentirinhas sobre
uma vidafenomenalquenunca
levou e tal. Tudo
de boa intenção, afinal,
poderianuncamaisveraqueleindivíduo
à suafrente,
e imaginaçãogiganteera o seuforte. Jáelasempre
sonhou emperder
o medo das pessoas
e pensava umdiaentrar no metrô
e perguntarpara
a moçabem
arrumada qual o creme
de cabeloqueelausa,
oucomentarqueabsurdoera a segurança
neste país, e os políticos?
é uma vergonha o que
passou hoje na tevê...
Mascomosempre teve medo,
achava sempremelhorcolocar os fones de ouvido,
ler uma revistaouficar
ouvindo conversaalheia
desviando o olharquando
percebida. Depois desse oi, no entanto,
ela mudou umpouco e passou a puxarconversacom
velhinhas e sorrirparacrianças, masaindanão
encara nem senta ao lado
de homensmaisvelhos. Eletambém mudou, algumas vezes prefere passar a viagem olhando pro rosto
dela comolhar
de peixemorto,
falando no seuouvidoou lamentando os erros
de ontem e hoje.
Nenhum dos dois
sabe ao certo se mudaram pra melhoroupiordesdeàqueledia, se
gastaram as horas pensando demaisou se
foram muito longe quando
entraram na vidaum
do outro. Só
sabem que foi assim.
No segundoseguinte
tem mais...
Um comentário:
Arlene
disse...
Escrever sobre o que é trivial muitas vezes é perceber a essência das coisas simples. O sentido em si.
Um comentário:
Escrever sobre o que é trivial muitas vezes é perceber a essência das coisas simples. O sentido em si.
Postar um comentário