Flora visional
Estar entre os
pares como em disparate, emaparedada, de
frente
para o
perigo
mais que
iminente- se é
com e
ou com i
um tanto
incerto se parece,
pouco importa, o
perigo está
sempre
no
alto – no
entanto
sei
que de
longe
a
gente sempre
vê direito,
de
perto a
visão
embaça, a
vista traça
o
encosto, o
enrosco,
o
gesto e há
quem
se perca
em vertigens
alucinatórias
torturantes ataduras coruscantes
ou
vinhos rascantes.
Não há
bandeids de
calcanhar no
dois
pra
lá dois
pra
cá.
Visão
muito nítida
entorta-me a
veia cava
do
meu peito:
singular para
prevenir o
estresse;
singulair para prevenir
a
falta de
ar;
sing with us para prevenir
a
gagueira. Na
farmácia
de
tudo um
pouco se
encontra
para quem
pouco quer- parece-me
pouco suficiente
–
mas já
é
demais,
como
um louco
devaneio senil
hostil febril
ou azul
anil. As
rimas
nunca foram necessárias
mas elas vêm
assim mesmo, permito-me
ser in-vadia-dida
pernóstica visão esta
minha
que doura a
pílula
úmida na
ponta
da
língua marca
o
dia da
semana
certo e o
fura
com a
unha
procurando
evitar a
vida
que não
chama,
simplesmente
vem
eu disse
que
não queria
ver
tanto mas
vejo e daí? A
sorte mente,
dá uma de
Deus procurando
resolver
o
que nem
é da
sua conta,
mostra o
que
nem pedi
para
ver mas falta remoto controle desta
imagem
que se
projeta
no
cristalino das idéias turvas.
Mente.
Muito mais quando os
vultos, os
embaçamentos
da
flora visional eram o
foco.
Só a
sombra do
lustre
tilintando
já alimentava
meu parco porco circo dos
horrores.
Tarde.
Já não
me adianta
mais
tirar os
óculos.
2 comentários:
É louco, variável, perdido eu me perco entre tudo e vou entrando nessas tão belas e tão inebriantes palavras, e é maravilhoso o caminho sem pontos, quase sem vírgulas ou interrogações que o teu texto me dá! é de enlouquecer e vou correndo, derrapando porque eu não quero ir nem ler ou viver devagar, eu com estes teu trecho vou rápido sem pensar e quase perto de voar de um penhasco, eu me assusto com a realidade mais com que os sonhos dos teus textos.
Beijos e obrigado pela cordialidade desta aventura alucinante.
João Ximenes
Amigo João,
Por que escolhemos sempre o caminho sem pontos e de tão poucas vírgulas? Em busca de mais perguntas eu suprimo as interrogações para chegar mais perto de pessoas como você! Obrigada pelo carinhoso comentário! Beijos.
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