É mais do que deflorar a manhã que em sua crosta hostil impõe-se enquanto nevoeiro e enquanto hora. É mais do que dissipar as chamas da noite que se anuncia em oscilações oníricas. É mais. É mais que esfaquear a tarde em microscópicos fragmentos vis e depois recolhê-la em flor a cada novo crepúsculo. Sustento que é mais que isso. É mais que lutar com a pedra em seu rígido fastio e tecê-la em manto de eternidade. Talhada a lágrima, não faço mais que minha obrigação. Espero. Contento-me em debulhar relógios. É só o que me resta.
18 de junho de 2007.
(no ônibus, depois da observação de um nevoeiro)
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